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Lei dos dois pés - Eu não ia falar disso

Este ano eu tive três empregos. Sim três! Isso parece muito estranho, porque é! Não é normal, o meu chão se abriu e me engoliu por inteira. O que poucos querem é me entender e saber o porque isso aconteceu. Ninguém me pergunta então eu quero explicar sem ninguém pedir.  

Até ano passado (2012) eu fui estagiária por um ano e dois meses em uma consultoria de marketing. Eu gostava de lá, mas não estava efetivamente trabalhando como deveria, simplesmente porque não tinha como. Mas explicar isso seria perda de tempo, é o tipo de história que só posso escrever daqui 20 anos. Eu não pedi para ser registrada e eles também acredito que não tinham interesse algum. 

Eu sabia que só conseguiria um emprego bacana depois do carnaval. Me inscrevi em todos os sites de emprego. Entrava no site das empresas, mandava pra agências de publicidade, entreguei currículos em mãos, mandei muitos e-mails, enfim fiz o possível e nenhuma entrevista vinha. 

Até que logo depois do carnaval três lugares entraram em contato comigo. Até hoje eu não sei como eles conseguiram meu contato porque não me lembro de me cadastrar para nenhum deles. Se tem uma coisa que eu faço de errado mas que sempre deu certo, é não ler para onde estou mandando meu currículo. Simplesmente envio e digo: - Seja o que Deus quiser! Eu não leio o título da vaga, nem o local de trabalho, salário, nem cursos necessário, nada! É difícil de acreditar, mas raramente eu  leio, perderia muito do meu tempo lendo, sendo que tanto faz, eu quero trabalhar. Pode ser que no título da vaga esteja pedindo uma coisa mas ao analisar meu currículo eles me encaminhem pra outra.

Dos lugares que fiz entrevista o primeiro eu não tinha o perfil, era para um canal de esportes. O segundo lugar era um banco muito conhecido que eu sempre curti. A vaga era para trabalho temporário numa agência do banco perto de casa. A proposta era ser um "posso ajudar" por três meses e depois ser caixa. O terceiro e ultimo lugar, era para ser assistente de vendas de um hotel. Sempre me interessei por hotelaria, e criei no meu imaginário que seria incrível.

Recebi a resposta de que tinha sido aprovada no banco e no hotel no mesmo dia. Queria trabalhar no banco pelo nome da instituição, pois o hotel não é conhecido no Brasil. Porém, no hotel era fixo, salário maior, mais dentro da minha área e na região da Paulista. Sou completamente apaixonada pela Paulista mas isso é assunto pra outro post.  Pensei muito, coloquei num papel tudo, consultei família, amigos e escolhi o hotel. 

Quando entrei no hotel eu já me senti oprimida com a bagunça e a falta de janelas. Mas com a vontade de trabalhar que eu estava resolvi engolir e ignorar. Depois de um mês lá, eu estava extremamente deprimida, o lugar era uma bagunça, cheio de regras inúteis, burocracias estranhas, tudo era urgente, os colegas de trabalho tinham cara de cansaço. Eu fazia de tudo para agradar minha chefe, que era uma pessoa muito complicada.

Antes de entrar no hotel eu tinha me inscrito para o processo de Trainee da Riachuelo. Realmente curto a Riachuelo, estava louca para trabalhar lá. Era uma sexta-feira e eu estava odiando trabalhar lá. Passei o final de semana pensando em como faltaria no trabalho para ir em outra empresa. A unica forma que encontrei foi falando a verdade. 

Na segunda-feira pela manhã mandei uma mensagem para a chefe avisando que chegaria depois do almoço. Eu não estava devendo nada para ela, nem tinha muitas responsabilidades com um mês de empresa, queria explicar tudo com calma quando eu chegasse, tinha certeza que entenderia. Mas ela passou a manhã inteira me ligando e mandando mensagens no whats app. Como eu estava lá no processo, não atendi.

Amei visitar a Riachuelo! Que empresa incrível! As pessoas do processo pareciam todas entendidas de moda e do mercado de vestuário. Diante de tanta perfeição eu tive aquelas minhas crises de ansiedade horríveis, não consegui ser eu, nem bancar nada para impressionar. Fiquei meio paralisada e minha apresentação pessoal foi a pior, sem duvidas. Sai de lá arrasada porque sabia que não teria chances me apresentando de forma desastrosa e sem ter um inglês fluente. Esta oportunidade se foi.

Quando cheguei no trabalho a única coisa que eu queria era explicar e mais nada. Se ela quisesse me demitir, eu não estava me importando porque a única coisa que eu tinha em mente era sair dali, mas queria sair para algo melhor e não sair para ficar em casa. Eu me expliquei e ela disse que eu tinha até o final do dia para decidir o que eu queria e que eu nunca encontraria um trabalho de 8 horas por dia. E eu te digo o que eu já tinha certeza: Simmmmmmmmm existem milhares de trabalhos muito melhores e milhares de chefes muito melhores. 

Fui até minha mesa, escrevi em um post-it que estava indo embora e fui. Passei no RH e lavei minha alma dizendo tudo o que eu pensava. Claro que fui uma idiota! Que pessoa de 22 anos faz uma tolice dessas?! Eu me demiti da pior forma possível! Estava muito chateada em ser maltratada. Não estava brava com a empresa, ou com a chefe mas com o que ela fez. Eu tenho certeza de que ela não é uma má pessoa mas eu não conseguiria trabalhar com alguém de mente tão fechada e estérica. Dias depois escrevi um e-mail pessoal para tentar alerta-la de que não era a melhor forma de agir. Ela me respondeu dizendo que eu era infantil e que eu não deveria nunca mais entrar em contato.

Acredito que todo mundo uma vez na vida tenha um chefe desses. Saí do hotel em maio e só fui conseguir outro trabalho em agosto. Este período eu tentei preencher da melhor forma possível, cuidava da casa e não parava de mandar currículos, cada vez que me perguntavam porque eu não estava trabalhando ou estudando parecia uma facada no meu peito. Doia de mais!

O segundo emprego eu consegui pela minha irmã. Ela fez a entrevista e disse que era a minha cara. Na entrevista parecia mesmo a minha cara, eu tinha adorado a empresa, a localização também era na Paulista e quase que na mesma quadra do hotel. Lá eu conheci uma garota que eu iria substituir, a menina era incrível! Fazia muito bem o trabalho dela e me ensinou tudo. O que ela não sabe é que ela me fez refletir sobre quem eu era, o que eu queria para mim. A menina tinha 4 anos a menos que eu, nem tinha feito faculdade e era extremamente profissional e resolvida. Uma coisa que não esqueço é que era muito discreta, fazia tudo o que lhe pediam e mais além, se vestia super formal, cumpria seu horário exato e dava apertos de mão fortes. De acordo com ela, não devemos nos rebaixar por sermos mulheres, e ela esta certíssima! 

Deus me colocou lá para conhecer essa garota, eu não tenho duvidas! Conheci mais uma pessoa bacana lá que sem saber me fez lembrar de Deus e fui criando um relacionamento novamente com Deus. Naqueles dias tinha feito um novo amigo que também estava me inspirando a buscar Deus. Fiquei duas semanas trabalhando com a menina incrível e quando ela foi embora eu estava totalmente disposta a dar tudo de mim.

Não reclamava de nada, fazia tudo o que me pediam. Eu não parava um minuto correndo, indo ao banco, ao correio, ao cartório, loja de sapatos para o chefe, comprando lampadas do meu tamanho e andando na rua com elas. Tinha que cuidar da recepção, da limpeza das salas, servir café, entender de marketing, vendas, localização de terrenos, horários dos funcionários, agendas, correspondências, telefonemas, recados, eu tinha que pensar na minha vida e na vida de cada um principalmente do meu chefe. Achava ele um cara legal, mas ele estava confundindo as coisas, eu não sabia o que eu era na empresa. Virei a recepcionista, copeira, assistente pessoal, assistente administrativa, auxiliar de marketing, office boy, sendo que fui contratada como auxiliar de marketing. 

Ficava exausta mas estava feliz, pois em meio a tantas atividades sentia que estava crescendo. Eu não reclamava de nada e fazia o meu melhor. Mas não foi o suficiente, o chefe me chamou um dia de noite e de forma muito estranha disse que gostava de mim mas que não dava. Naquele momento o meu mundo desabou pois depois de um mês eu estava começando a me senti a vontade, tinha entendido o trabalho, estava gostando de tudo e de todos. Sai de lá chateada e tentando entender o que fiz de errado. 

Deus é soberano sobre todas as coisas. Só Ele sabe o que é melhor para nós. Eu provavelmente iria me acomodar ali e não sei se sairia tão fácil. Queria ver aquela empresa crescer, queria ralar muito mesmo e fazer acontecer. Sai de lá em setembro e fiquei outubro e novembro procurando emprego. O único lugar que me respondeu era para outra vaga de recepcionista. A principio eu pensei, não ia dar certo, ralei muito e não gostaram de mim antes. Mas amei a empresa e mesmo sendo longe queria muito trabalhar lá.

No final de novembro me retornaram e para a minha surpresa surgiu uma vaga no marketing. Esta semana completarei um mês lá. Estou amando e agora não tenho mais medo do que pode acontecer, pois Deus esta no controle. Ele me tirou de lugares para me dar coisas melhores, agora eu descanso na vontade Dele!                 

      


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