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Meu 2020 e minha evolução pessoal





Até março de 2020 meu objetivo maior era viver a vida com mais intensidade, isso apenas porque estou ficando mais velha, com os trinta cada vez mais próximos eu só mentalizei que precisava resolver vários itens e todos eles literalmente listados em uma folha e pregados no mural do meu quarto. É um hábito um pouco comum para alguns e um pouco estranho para outros, mas deixar aqueles itens gravados na minha frente me gera uma alto cobrança. Em 2019 praticamente não fiquei em casa, só pensava em sair e não importava pra onde, viajei muito, muito mesmo e ainda nem escrevi sobre isso aqui mas em resumo realizei um dos maiores sonhos da minha vida que era ir pra Paris. Depois eu conto mais sobre esse tour europeu mas foi Holanda (agora chamada de Países Baixos), Itália pegando alguns pequenos países como Vaticano e San Marino, depois a tão sonhada cidade de Paris na França e dentro destes países várias cidades lindas. Minha mãe que financiou tudo isso e eu estou ainda pagando pra ela, nem sei quando terminarei mas eu sabia que se não fosse naquele momento eu não ia tão cedo. 

Além deste mês de férias europeu eu fui, pra outras cidades próximas tantas que nem lembro tudo mas uma delas foi conhecer Paranapiacaba com a Bruninha e também fomos a um evento da Canon, fiz alguns rolés culturais, várias idas ao Ibirapuera incluindo uma ida ao planetário com o Breno que eu gostei muito, vários museus sozinha ou acompanhada, não importava, teatros, em 2019 eu fui no show da Hillsong (com um monte de gente da igreja), fui no show de Sandy e Jr (com Amanda, Ana Paula e Melissa), até amiga na fila do Masp eu fiz e tiramos fotos com a Maju Trindade kkkk, naquele dia fomos a Fiesp e aos principais pontos da Paulista. Já com o Pastor Alípio da minha igreja, responsável pelos projetos missionários, fomos a Brotas e Buritama, afim de ajudar igrejas do Projeto Josué, estava previsto em 2020 que eu fosse visitar algumas tribos indígenas do litoral de São Paulo mas a pandemia não permitiu. Depois de uma experiência extremamente marcante no Vale do Ribeira em novembro de 2018 (outra historia que preciso escrever aqui), eu vi a importância, a força e poder de transformação de vidas através de projetos missionários, vi a mudança que eu posso fazer no mundo e como estar alinhada com a vontade de Deus é milagroso. 

Calma, isso é só a introdução porque eu falo muito mas prometo manter o foco! Queria contextualizar você do meu momento pois não tenho escrito tanto quanto antes e minha vida esta em constante e rápida evolução, ao ponto de que quando eu percebo, tudo mudou e eu gosto muito de trocar experiências com quem lê estes textos, então preciso voltar algumas etapas pra você me entender bem. Passei 2018 fitness, muito preocupada com meu físico, minha alimentação, meu cabelo, minha pele fiz todo o tipo de tratamento, testei todos os skin care, usei todas as máscaras, todos os primes, todas as maquiagens, perfumes, hidratantes, vitaminas, unhas de gel, malhando até com personal e funcionou é claro, foi um ano dedicado ao meu equilíbrio corporal, mental e espiritual, passei o ano envolvida em todas as atividades possíveis da igreja, aprendi muito sobre fotografia, fiz cursos, curso de fotografia no MIS, curso de captação de vídeo no Senac Tatuapé, maior correria fotográfica, e eu contei sobre meu intenso 2018 e 2019 nem vou falar de 2017 que eu achava que tinha sido o ano mais caótico da minha vida hahaha mal sabia eu. Mas 2018 minha irmã casou e não ter minha melhor amiga diariamente foi quase como perder alguém, parece exagero mas é que eu realmente era muito apegada a ela, depois veio a alegria da gravidez dela, em julho de 2019 perdi meu avô Fizinho, pessoa que eu realmente tinha como referência, exemplo de cristão, de sabedoria e inteligência, que sorte a minha tê-lo e aproveitar tão bem nos últimos anos, um ciclo se encerrou com a morte dele, o ciclo de ir feliz e contente a casa da minha avó e ficar com eles tomando um café ouvindo histórias, minha avó foi pra Guararema. Malu nasceu em agosto, que alegria, que emoção! Posso afirmar que foi um dos dias mais tensos e felizes da minha vida, o medo que eu tinha que algo acontecesse com a Gabi ou com a minha sobrinha era muito grande, ainda mais porque ela optou pelo parto induzido, Malu chegou com dez meses, eu nem sabia que isso era possível, uma bebê linda, gordinha, de olhinhos puxados e esse "serhumaninho" tomou conta de nossa rotina. Gabi saiu do emprego e depois que virou o ano de 2020, ela voltou a trabalhar, e eu precisei contar tudo isso pra vocês entenderem meu 2020.


Ufa, cheguei em 2020, eu cheia de conflitos internos, tomando ansiolítico (remédio de ansiedade)  para conter um diagnóstico de TOC, talvez você não saiba mas TOC (transtorno obsessivo compulsivo) é ansiedade, meu TOC não é de deixar tudo arrumado milimétricamente, mas de resolver as coisas e pensar de mais ao ponto disso tomar conta de mim. Outro reflexo muito perigoso e totalmente incompreendido pela sociedade é o meu pavor e ódio mortal de pessoas mascando chiclete. A medicação me tirou o pavor de chiclete, me ajudou a dormir e dominar meus pensamentos, eu fiz terapia de agosto de 2019 a abril de 2020. Sabe eu diria que eu tentei muito que isso desse certo, mas a medicação me deixou em um quadro de depressão e a psicóloga estava me tratando como deprimida, por diversas vezes eu falei pra ela que eu estava com uma depressão sim mas que o remédio estava agravando, mas eu não sentia que ela estava me entendendo. Janeiro 2020 começou comigo extremamente chateada, um dos motivos era a saída do pastor de jovens sem mais nem menos. Na minha cabeça eu pensava: - A gente fez tanta coisa legal! A gente fez acampamento, a gente foi pra viagem missionária do Vale do Ribeira, fomos pra Paulista com centena de jovens fazer o Dinamite Love (depois conto essa também), cantatas, séries de mensagens, eventos super interessantes, foram dois anos trabalhando juntos e ele simplesmente saiu e eu não falei com ele desde então, meu coração ficou muito rebelde, também acho que eu não deveria ter esse sentimento mas enfim não podia controlar. 

Em fevereiro, março não tivemos nosso retiro de jovens e eu pensava, poxa passei os últimos tempos aproveitando cada oportunidade e eu chegando nos trinta queria virar uma chave, queria encerrar minha "jornada" na juventude com chave de ouro, até um prêmio de líder 2018 me deram (apesar que deram pra todos os lideres, mas foi emocionante pra mim). Como meu coração não estava saudável, minha mente estava confusa eu resolvi sair da liderança da Juventude, não foi fácil viu, foram dias pensando e então tive esse ato de coragem que pode não significar muito pra você que está lendo, mas eu sou muito apegada a este ministério, comecei na Juventude em 2008 então foram dez anos de trabalho intenso. O ano de 2020 começou sem uma das coisas que eu mais era apegada e eu só chorava, em março estava começando a reagir aos problemas e falei com a psicóloga sobre algumas coisas como ter um cachorro e fazer pós-graduação, também sobre retomar meus projetos de artes e largar a medicação Revoc (o ansiolítico que me deu apatia a morte do meu avô e um ataque de pânico na Holanda). Ela com sua experiência e seu conhecimento não me apoiou e aconteceu um fato marcante, ela me disse que eu não era uma artista.  Logo eu que sempre fui valorizada pela criatividade, eu me senti como se ela estivesse arrancando a única qualidade que eu ainda me apegava. Claro que eu sei que não sou mega inovadora como outras pessoas mas naquele momento eu tive certeza de que ela não ia me ajudar, nem em mil terapias, eu ia até lá, chorava, saia de lá e ia passear no Shopping Cerâmica, ficava muito abalada, eu saia de lá horrível e não melhor. Não tive coragem de contar pra ela porque eu sei que ela é uma pessoa boa mas ela não era a pessoa certa naquele momento, quando foi anunciada a pandemia em seguida entrei de home office, me veio a preocupação financeira e eu sabendo da nossa falta de afinidade imediatamente pedi o encerramento das consultas, eu não achava que ela podia me ajudar, eu havia criado um bloqueio cruel, mesmo gostando dela, a questão dela não me incentivar me matava, ela ia me bloquear a ser realizadora como todas as pessoas que estavam me prendendo e sendo (ancoras que afundam).


Começou o período de incertezas, de março a junho eu fiquei em casa como boa parte das pessoas, meu aniversário foi apenas com meus pais e minha irmã enviou uma pizza de Nutella, minha mãe fez um pudim e meu pai escreveu parabéns com chocolate, ganhei um vinho da empresa. Meu pai resolveu reformar a garagem, mas eu estava trabalhando na sala, era uma quebradeira só, foi muito desafiador ficar em casa, trabalhar, lhe dar com a rotina com meus pais e o medo dessa doença desconhecida, o Coronavirus ou Covid-19 se preferir. Comecei a fazer lives no instagram, foram momentos muito divertidos, falei com a Esther na India, com minha amiga Amanda sobre musicais pois fomos ver o Fantasma da Ópera em 2019, (alias fui duas vezes e na segunda levei minha tia Lindalva e minha vó para distrair após a morte do meu avô), em uma das idas a casa da minha avó,  minha prima falou em uma mensagem de whatsapp que havia pego uma cachorrinha no sitio que havia acabado de nascer, eu queria tanto uma viralatinha e logo perguntei se tinha mais e ela me disse que não haviam mais fêmeas. Chegou o mês de maio eu continuava fazendo minha lives com pessoas mega interessantes, então meu pai veio com uma noticia: -Sua prima quer saber se você quer ficar com a Maya a filhote que ela pegou no sitio, pois ela acha que vai crescer muito e não vai dar pra ficar no apartamento. Meu coração explodiu de alegria, meu pai buscou a Maya, levamos ao veterinário, demos as vacinas, compramos o que precisava. Maya no começo não queria comer e dormia muito, foi assustador mas logo ela começou a se alimentar e passados uns dias estava bem. Ela cresceu tão, mas tão rápido que com 3 meses já estava enorme e aos cinco meses já tinha o tamanho de hoje quase adulta. No trabalho me colocaram de férias e eu aproveitei pra passar um mês com minha filhotinha. Pro meu azar minha câmera esgotou-se, fiz tantos cliques entre outubro de 2017 a abril de 2020 que a câmera parou de funcionar, não havia nenhum lugar aberto para concertar, não havia como comprar outra (os produtos importados ainda mais da Ásia não estavam entrando no país e o valor estava disparado). Então segui meses sem minha parceira, até as coisas começarem a abrir lá pra julho, quando eu finalmente consegui mandar ela pra arrumar. Sem câmera, eu também não poderia ajudar no ministério de multimídia, minha segunda paixão na igreja depois da Juventude. 

Após minhas férias voltei ao trabalho presencial em junho, arrumei a câmera, apareci duas vezes na igreja, parecia que as coisas iam voltar ao normal até novembro, minha irmã arrumou um emprego e a Malu começou a ficar aqui em casa durante a semana, eu passei as férias mergulhada na Maya, lives e Netflix, depois comecei a pós-graduação online em Negócios Digitais da USP, o saldo até aquele momento era "larguei o remédio, larguei a terapia, ganhei uma cachorro, comecei a pós, fiz um pirceing na orelha e estou usando óculos" e Malu era minha motivação diária pra voltar pra casa. Com a graça de Deus nem minha família nem eu pegamos o Covid-19 até a data da publicação deste texto. Um ensinamento importante da pandemia foi o desapego a determinadas coisas que eu estava presa e a inclusão de coisas mais valiosas. Eu que estava mais magra em 2018, engordei em 2019 e o meu físico me deixou arrasada, me senti incompetente, mas aos poucos fui voltando a criar forças para melhorar novamente, a Maya me despertou para a caminhada, levar ela para caminhar é importante para nós duas, pois não tenho ido a praticamente nenhum lugar, só vou ao mercado, ao médico, ao veterinário e ao trabalho. O que me levou a organizar várias coisas em casa, como meus arquivos de fotos por exemplo, meu livros, CDs, armários, reduzi consideravelmente meu volume de coisas e a importância delas. Acho que estou mais próxima da minha mãe, que passou uns perrengues grandes que não tenho o direito de mencionar aqui.

Cheguei ao final do ano, sem ver amigos, sem ver parentes, eram as pessoas do trabalho, e minha mãe, pai, Gabi minha irmã, Paulo meu cunhado e a Malu filha deles alem do meu pai ficar dois meses na casa da minha avó. Eu queria e quero ainda aproveitar cada minuto da benção que é ter essa criança aqui. Justamente porque por mais que eu queira ter filhos, eu não sei se isso vai acontecer, minha irmã me permite viver um pouco disso cuidando da Malu. Claro que não posso contar tudo, exatamente tudo nos mínimos detalhes sobre meu ano aqui em respeito a todas as pessoas envolvidas, mas esse registro é mais para a Iara do futuro do que para você caro leitor, porem sei que você pode achar interessante ver a perspectiva de ano de outra pessoa. 

Minha avó Maria Odette (Dette) guardou por anos uma linda colcha de crochê que nunca usou e eu não quero deixar coisas lindas guardadas! Por isso fiz fotos da Malu com a colcha e vou coloca-la no meu quarto. Sejam sentimentos ou objetos, vou dar o devido valor, a devida relevância, se alguém quiser fazer parte de minha vida, fará mesmo em outro continente, e as vezes pessoas aqui do lado estão mais distantes que as do outro lado do oceano. Os oceanos e os desertos existem na natureza e nos corações.

Foi um ano pacato no sentido de que mal sai de casa, mal sai do meu quarto por alguns momentos, eu queria ler mas não lia, eu queria estudar mas não estudava, minha mente me traia, mas meu coração se acalmou muito, e com a chegada do verão eu voltei a sorrir, minha vontade de viver cresceu, voltou, minha esperança voltou e aguardo a fé voltar, pois ela é um combustível importante. 

Então diria que além de minhas mãos eu limpei várias outras coisas, briguei com muita gente não nego, não estou mais tolerando injustiças, não estou mais tolerando que me diminuam, não tolero que me discriminem como mulher, não tolero que discriminem outras pessoas, aprendi sobre feminismo, racismo, politica, higiene e valores. Vi que sou capaz de ser eu mesma, vi que isso é uma virtude e não um defeito, empatia é uma força incrível e amar é possível sejam os outros ou a mim. 






Comentários

  1. Iara, a espontaneaidade do texto faz parte da tua beleza natural. Vc é linda por dentro e por fora!! Parabéns pela coragem e escrever faz bem p alma e pra quem lê com o coração. Cada ano com suas marcas! Desejo um ótimo ano de 2021 p vc e sua família! E saiba, o aprendizado continua e vc é muito amada! Não permita q te rotulem como vc é....só vc e Deus sabe os planos p sua vida! Vc é criativa sim! 🥰😊

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