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Nina a doguinha hiperativa




Em um dia de chuva Nina me seguiu até em casa, eu sabia que ela não seria facilmente aceita pelo restante da família, mas ela parecia tão boazinha. Porque não?! A principio pensei que fosse um macho, pois essa barbinha me enganou. Com a ajuda de uma vizinha identificamos que era uma fêmea e prontamente a vizinha me ajudou trazendo ração.

As semanas seguintes a chegada da Nina (Nina Ricci é meu perfume preferido) foram dias desesperadores de choro e raiva. Nina não era um simples cão abandonado. Levei-a ao Dr. Mauricio, um veterinário bacana aqui do bairro e até ele a Nina enganou. Ela entrou sorridente, abanando o rabo e o Dr. Mauricio nem suspeitou que ela era uma cachorrinha de rua. Ele passou uns remédios para pulgas e informou que ela deveria ter cerca de dez meses (ou seja uma filhotinha ainda).

 Talvez pela idade, talvez pela situação de rua, Nina não conseguia se comportar. Ela se revelou um cão com muitos problemas. Se tentássemos sair, Nina agarrava em nossas pernas com os dentes e chagava a rosnar. Meu pai construiu um alto portão de madeira mas Nina conseguia escalar e fugir. Durante as duas semanas em que Nina ficou em nossa casa ela devorou tudo o que pode, desobediente, fugia pelo bairro e depois voltava na maior cara de pau. Não vimos outra alternativa a não ser acorrenta-la, o que também nos causou problemas com quem julga pela aparência.

A mesma vizinha a levou embora e conseguiu um novo lar para a minha parceirinha, infelizmente na nova casa ela também não se adaptou e hoje ela está em um abrido de uma protetora de animais. Por que eu contei tudo isso? Na minha concepção Nina não era muito diferente de alguns humanos. Quantas crianças adotadas não são devolvidas para os abrigos?! Quantos profissionais não são demitidos por não se adaptar a um ambiente de trabalho?! Eu não tenho as respostas para solucionar ou diagnosticar essas pessoas, isso deixo para os psicólogos, porem talvez a Nina como algumas pessoas, fosse uma doguinha hiperativa, toda aquela simpatia e energia não conseguiram superar o estresse que ela causou. Algumas pessoas causam o mesmo efeito em nossas vidas, enxergamos suas qualidades porem estas não conseguem superar o estrago que elas nos fazem, principalmente quando tocam naquele ponto chave da nossa alma.

Nina teve que partir, desejo que ela encontre um lar com pessoas altamente capacitadas para recebe-la. Pessoas que consigam dominar seus impulsos, latidos e mordidas, o que eu não conseguiria fazer.     


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